Racionalidade e a Morte

Como biólogos, nós estudamos a Vida. Dissecamos cada pedaço dela e a retalhamos, metemos em tubos de ensaio e placas de Petri, dispomos em ordem numérica e tomamos medidas que ninguém que nos é externo entende. Observamos cada fase sua, do momento que ela surge e de como isso ocorre, até os motivos que a exterminam. Observamos extasiados as diversas formas de vida, de todas as cores e timbres, e entendemos o término de suas minúsculas vidas como algo natural, previsto - como uma média populacional, um valor observado que será relacionado com o esperado, algo assim, bem computacional, matemático, robótico, racional. Estamos acostumados com a morte, pois ela faz parte da vida - e, desta forma, da nossa competência.

Mas nunca quando é alguém próximo. E, ainda mais, inesperado. Já não tomamos como um valor atípico. Não pensamos nos números, nas médias, nos qui-quadrados. Pensamos na injustiça, na agonia que aqui ficará. E mesmo para aqueles que não acreditam, ou fingem não acreditar, pensamos Nele.

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